publicado por Webmaster em 9 de outubro de 2014 às 00:00 | editado em 08/10/2014 às 22:53
Grevistas decidem acampar em frente à Prefeitura
A categoria paralisou os serviços no último dia 15 de setembro. Os profissionais da Saúde cobram insalubridade, Plano de Cargos Carreiras e Salários, melhores condições de trabalho, entre outras reivindicações.
Em assembleia realizada ontem pela manhã na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alto de São Manoel, os servidores da Saúde decidiram pela manutenção da greve. A categoria também planejou os próximos passos do movimento grevista e prometem acampar em frente à Prefeitura Municipal de Mossoró na segunda-feira, 13. Hoje, a categoria estará na Praça Bento Praxedes (a Praça do Relógio), que fica em frente ao Centro de Especialidades Odontológicas (CEO).
De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM), Marleide Cunha, O CEO já está fechado há cerca de 500 dias, ou seja, um ano e seis meses. O ato será realizado a partir das 8h.
Os servidores da Saúde estão ainda mais revoltados com a Prefeitura. Segundo a própria categoria, na última terça-feira, 7, o prefeito Francisco José Júnior afirmou em entrevista concedida ao um canal de televisão da cidade, que a greve está acontecendo por irresponsabilidade dos profissionais da Saúde.
A técnica de enfermagem Rita de Cássia Dantas denuncia que a toda a alimentação disponível para os funcionários da UPA do Belo Horizonte e do São Manoel foi levada para a Casa de Saúde Dix-sept Rosado, respectivamente, na segunda e terça-feira. Os profissionais destacam que ficaram apenas com café puro, biscoitos tipo cream cracker e quentinhas. Porém, os técnicos de enfermagem afirmam que as quentinhas oferecidas são de qualidade ruim. “A gente não tá com condição de trabalhar. Mas estamos do jeito que a justiça determinou”, explica.
Além disso, Rita fala também que os servidores trabalham sem a mínima segurança. Na semana passada um colega da UPA do Alto de São Manoel quase foi atingindo, após um usuário revoltado sacar um revólver. O fluxo na unidade aumentou consideravelmente com a paralisação da categoria. Rita fala que 85% dos atendimentos de saúde em Mossoró são para baixa e média complexidade, atendida nas UBS. Com a greve, os pacientes procuram as UPAs e o estresse aumente com a superlotação.
A assessoria de Comunicação da Prefeitura diz que para reduzir custos realizou uma parceria com o interventor da CSDR para utilizar a cozinha da unidade para preparo dos alimentos dos servidores das UPAS, e assim, baratear os custos para o município. Em troca, a Prefeitura contribui com insumos para a lavanderia. No entanto, sobre a comida, se não está boa, a Secretaria de Saúde pode verificar e corrigir isso.
Marleide Cunha afirma que não está acontecendo nenhuma negociação. Houve uma primeira contraproposta da comissão e as demais reuniões resultaram apenas em atas, que não são nem mesmo assinadas pelo prefeito. Sobre a entrevista concedida na televisão, a presidente da categoria diz que o prefeito não tem ideia sobre a diferença entre os atendimentos realizados nas UBS e nas UPAs. “O prefeito dar entrevista na televisão, chamando os profissionais de enfermagem de irresponsáveis porque estão mandando pessoas voltarem, não tem conhecimento nenhum que nas UPAs são atendimento de urgência e emergência”.
A categoria paralisou os serviços no último dia 15 de setembro. Os profissionais da Saúde cobram insalubridade, Plano de Cargos Carreiras e Salários, melhores condições de trabalho, entre outras reivindicações. A paralisação atinge principalmente as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município, nas seguintes áreas médicas: dentistas, atenção básica, agentes de endemias, agentes comunitários de saúde, ASGs, serviços complementares, auxiliares de laboratórios entre outros. E nas UPAs estão sendo atendidos apenas casos de urgência e emergência.