As cartas estão na mesa para as eleições 2016
Diego Pinheiro– Da Redação
Estamos chegando ao fim do ano, 2016 está aí e o jogo da sucessão começa a se desenhar. Mesmo antes das decisões mais emblemáticas sobre o pleito, as militâncias já se aquecem para a disputa que até agora está polarizada. De um lado a ex-governadora Rosalba Ciarlini, que terminou seu governo com uma reprovação recorde de mais de 90%. Do outro, o prefeito Francisco José Jr., que vem atravessando a crise econômica do país ressalvando os serviços básicos e dando prioridade a moralização através de diversas ações como a auditoria na folha de pagamento do município e o ponto eletrônico.
ROSALBA
A ex-governadora Rosalba Ciarlini terá que se livrar de algumas pendências judiciais que ainda estão tramitando, como algumas condenações por improbidade administrativa, que estão previstas no artigo 11 da Lei 8.429/92, durante a sua gestão como prefeita de Mossoró e outras da época que exercia o cargo de governadora do Estado.
Um exemplo disso é a segunda câmara do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, composta pelos desembargadores Virgílio Macedo, Judite Nunes e Ibanêz Monteiro, que condenou Rosalba a devolução de valor de passagens e pagar multa equivalente ao dobro do valor, por ter custeado com dinheiro público despesas de quatro pessoas que não faziam parte dos quadros da Prefeitura de Mossoró. A condenação é de 25 de março deste ano. Em uma outra ação, de 2014, Rosalba Ciarlini (DEM) foi condenada por ter contratado servidores sem concurso público quando era prefeita de Mossoró, entre 1997 e 2004. De acordo com o Ministério Público, Rosalba admitiu os servidores em situação que não caracteriza necessidade temporária de excepcional interesse público. A decisão é do juiz da Vara da Fazenda Pública, Airton Pinheiro.
A ex-governadora Rosalba também já teve seu governo como destaque a nível nacional no Fantástico, da TV Globo. O repórter secreto do programa, Eduardo Faustini, esteve no Rio Grande do Norte apurando o desvio de R$ 19 milhões do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (IDEMA), denominado “Operação Candeeiro”. Os valores teriam sido desviados dos cofres do Idema entre os anos de 2013 e 2014.
Em outro momento, o Ministério Público do Rio Grande do Norte ajuizou ação contra Rosalba Ciarlini, o ex-secretário estadual de Saúde, Domício Arruda; o procurador do Município, Alexandre Magno de Azevedo, e outras 14 pessoas. Desta vez, o processo tratava de irregularidades na contratação de Organizações Sociais para administrar o Hospital da Mulher, em Mossoró. Assinada pelo procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis Lima, a ação ainda cita a Associação Marca e oito empresas envolvidas no suposto esquema fraudulento que desviou de R$ 11,9 milhões dos cofres públicos, entre março e abril de 2012.
Um outro problema que invade a esfera administrativa da ex-governadora é o rombo de R$ 610 milhões deixado no Governo do Estado. Para se ter uma ideia, o Demonstrativo da Execução Orçamentária do ano de 2014 mostrava que o Executivo empenhou mais de R$ 5,5 bilhões e ainda tem a pagar o montante de R$ 382 milhões desse dinheiro. A evolução com a despesa de pessoal também foi bastante significativa com um aumento de quase R$ 1 bilhão (R$ 996 milhões) ou um incremento de 37% enquanto que a inflação no mesmo período (quatro anos) foi de 27%. Isso significa que a despesa com a folha estava acima do limite prudencial, estipulado em Lei até 46,55% do Orçamento.
Rosalba ainda terá que enfrentar uma possível acolhida do embargo de declaração dos processos judiciais eleitorais que a inocentaram ainda do pleito de 2012. Este embargo é utilizado quando há alguma dúvida, omissão, contradição ou obscuridade na decisão.
Rosalba é conhecida em Mossoró, seu reduto eleitoral, como uma prefeita que dirigiu a cidade em época de poucas despesas e muita abundância financeira, principalmente dos royalties, onde, através disso, conseguiu erguer algumas praças. É tida como grande eleitora da cidade, tendo sua imagem desgastada quando do seu mandato à frente do Governo do Rio Grande do Norte. Saiu pela porta de trás brigada com seu eterno aliado José Agripino, que não cedeu a sigla para uma possível tentativa de reeleição.
FRANCISCO JOSÉ JR.
Nome novo. Recebeu a Prefeitura com débito de mais de R$ 50 milhões. Foi eleito com a maior diferença de votos da história de Mossoró. Abriu a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Belo Horizonte, que estava fechada e foi inaugurada sem ser aberta em menos de 3 meses ainda como interino. Hoje, a unidade já realizou mais de 200 mil atendimentos. Elegeu a saúde como prioridade e fez investimentos significativos, como na ampliação da UPA do Alto de São Manoel, colocando 4 médicos para realizarem atendimento à população. Trabalhando na reforma de mais de dez Unidades Básicas de Saúde e abrindo uma UBS modelo na Ilha de Santa Luzia. Um início avassalador que conquistou o mossoroense que o elegeu na Eleição Suplementar.
Contabilista de formação, o jovem Francisco José Jr. foi um grande vencedor nas urnas. Além de ser eleito prefeito, também conseguiu eleger o governador do Estado com votação recorde em Mossoró. Além disso, ainda sacramentou a eleição dos seus deputados Galeno Torquato e Fábio Faria e a senadora Fátima Bezerra. Isso mostra a força de articulação do prefeito, que conseguiu derrotar grandes nomes da família Rosado, como Sandra, Larissa e Fafá.
Após as eleições tem enfrentado um alto índice de boataria e uma oposição aguerrida na Câmara Municipal. Mesmo com a grave situação da economia do país, não tem tido trégua por parte de seus opositores. O ex-reitor Milton Marques de Medeiros simplificou os ataques a Francisco José Jr.: “Fazendo uma leitura da parte política de Mossoró na atualidade, a ideia que se tem é de que qualquer novo gestor que tivesse assumido a Prefeitura e tomado os caminhos que a atual administração vem trilhando, qualquer um estaria no mesmo estágio de desgaste popular em que se encontra o prefeito Silveira Júnior. Três fatores têm contribuído fundamentalmente para esse resultado: rumo administrativo, forte oposição e realidade político-econômico social da atualidade”, analisa. “Apenas uma pequena parte não faz oposição sistemática e organizada contra a atual gestão. Houve prefeitos aqui, por dezenas de anos seguidos que nunca sofreram a mínima oposição”, complementa.
Francisco José Jr. fez cortes no orçamento, diminuiu o número de comissionados, mas a crise continuou a se agravar. O atraso do pagamento dos funcionários terceirizados é uma baixa do seu governo que ele pretende resolver através da cessão de royalties de R$ 34,6 milhões que já foram aprovados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Vai ser assim. Recebo os recursos e imediatamente pago os terceirizados. Coloco em dia. Vamos equilibrar as contas do município e em seguida vamos realizar um debate na Câmara Municipal para que a sociedade diga como quer que seja aplicado o restante dos recursos”, destaca o prefeito.
Somente no ano de 2015 a perda financeira do município já ultrapassa os R$ 100 milhões. Para não atrasar o salário do funcionalismo, o prefeito tem atrasado alguns pagamentos, que ele tenta equilibrar em consonância com a crise. Francisco José Jr. tem aberto o diálogo com a população através de debate nos bairros com o ‘Projetando a Mossoró do Futuro’, onde o gestor tem ouvido da população onde as melhorias na cidade devem ser realizadas. Outro projeto vencedor é o ‘Meu Bairro Melhor’, que em um ano já realizou mais de 60 mil atendimentos e percorre os bairros da cidade fazendo serviços de limpeza, tapa-buraco e levando serviços essenciais de saúde, cursos de capacitação, etc.
Recentemente o prefeito Francisco José Jr. entregou à Igreja o projeto do Santuário de Santa Luzia, um sonho antigo da cidade que está caminhando para se tornar realidade. Apesar das vaias que sofreu durante o seu discurso de apresentação do projeto, o prefeito respondeu: “com humildade digo a todos vocês que tenho tentado acertar todos os dias”.
Francisco José Jr. enfrentou durante a semana passada uma acusação do Ministério Público sobre possíveis irregularidades quando era vereador no que diz respeito a verbas de gabinete, entretanto, segundo ele: “Estou tranquilo quanto a essa denúncia feito pelo Ministério Público Estadual, que está no exercício do seu papel frente à sociedade. Embora não conheça ainda o processo, estou tranquilo pela certeza e convicção que não cometi nenhum ilícito, o que já foi atestado em outros julgamentos dessa mesma natureza”, declarou. “Sempre agi dentro do rigor da lei, minha vida pública é pautada pelo respeito, ética e seriedade. Vou aguardar o andamento do processo com serenidade e confiança”, finaliza o prefeito.
Estamos chegando ao fim do ano, 2016 está aí e o jogo da sucessão começa a se desenhar. Mesmo antes das decisões mais emblemáticas sobre o pleito, as militâncias já se aquecem para a disputa que até agora está polarizada. De um lado a ex-governadora Rosalba Ciarlini, que terminou seu governo com uma reprovação recorde de mais de 90%. Do outro, o prefeito Francisco José Jr., que vem atravessando a crise econômica do país ressalvando os serviços básicos e dando prioridade a moralização através de diversas ações como a auditoria na folha de pagamento do município e o ponto eletrônico.
ROSALBA
A ex-governadora Rosalba Ciarlini terá que se livrar de algumas pendências judiciais que ainda estão tramitando, como algumas condenações por improbidade administrativa, que estão previstas no artigo 11 da Lei 8.429/92, durante a sua gestão como prefeita de Mossoró e outras da época que exercia o cargo de governadora do Estado.
Um exemplo disso é a segunda câmara do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, composta pelos desembargadores Virgílio Macedo, Judite Nunes e Ibanêz Monteiro, que condenou Rosalba a devolução de valor de passagens e pagar multa equivalente ao dobro do valor, por ter custeado com dinheiro público despesas de quatro pessoas que não faziam parte dos quadros da Prefeitura de Mossoró. A condenação é de 25 de março deste ano. Em uma outra ação, de 2014, Rosalba Ciarlini (DEM) foi condenada por ter contratado servidores sem concurso público quando era prefeita de Mossoró, entre 1997 e 2004. De acordo com o Ministério Público, Rosalba admitiu os servidores em situação que não caracteriza necessidade temporária de excepcional interesse público. A decisão é do juiz da Vara da Fazenda Pública, Airton Pinheiro.
A ex-governadora Rosalba também já teve seu governo como destaque a nível nacional no Fantástico, da TV Globo. O repórter secreto do programa, Eduardo Faustini, esteve no Rio Grande do Norte apurando o desvio de R$ 19 milhões do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (IDEMA), denominado “Operação Candeeiro”. Os valores teriam sido desviados dos cofres do Idema entre os anos de 2013 e 2014.
Em outro momento, o Ministério Público do Rio Grande do Norte ajuizou ação contra Rosalba Ciarlini, o ex-secretário estadual de Saúde, Domício Arruda; o procurador do Município, Alexandre Magno de Azevedo, e outras 14 pessoas. Desta vez, o processo tratava de irregularidades na contratação de Organizações Sociais para administrar o Hospital da Mulher, em Mossoró. Assinada pelo procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis Lima, a ação ainda cita a Associação Marca e oito empresas envolvidas no suposto esquema fraudulento que desviou de R$ 11,9 milhões dos cofres públicos, entre março e abril de 2012.
Um outro problema que invade a esfera administrativa da ex-governadora é o rombo de R$ 610 milhões deixado no Governo do Estado. Para se ter uma ideia, o Demonstrativo da Execução Orçamentária do ano de 2014 mostrava que o Executivo empenhou mais de R$ 5,5 bilhões e ainda tem a pagar o montante de R$ 382 milhões desse dinheiro. A evolução com a despesa de pessoal também foi bastante significativa com um aumento de quase R$ 1 bilhão (R$ 996 milhões) ou um incremento de 37% enquanto que a inflação no mesmo período (quatro anos) foi de 27%. Isso significa que a despesa com a folha estava acima do limite prudencial, estipulado em Lei até 46,55% do Orçamento.
Rosalba ainda terá que enfrentar uma possível acolhida do embargo de declaração dos processos judiciais eleitorais que a inocentaram ainda do pleito de 2012. Este embargo é utilizado quando há alguma dúvida, omissão, contradição ou obscuridade na decisão.
Rosalba é conhecida em Mossoró, seu reduto eleitoral, como uma prefeita que dirigiu a cidade em época de poucas despesas e muita abundância financeira, principalmente dos royalties, onde, através disso, conseguiu erguer algumas praças. É tida como grande eleitora da cidade, tendo sua imagem desgastada quando do seu mandato à frente do Governo do Rio Grande do Norte. Saiu pela porta de trás brigada com seu eterno aliado José Agripino, que não cedeu a sigla para uma possível tentativa de reeleição.
FRANCISCO JOSÉ JR.
Nome novo. Recebeu a Prefeitura com débito de mais de R$ 50 milhões. Foi eleito com a maior diferença de votos da história de Mossoró. Abriu a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Belo Horizonte, que estava fechada e foi inaugurada sem ser aberta em menos de 3 meses ainda como interino. Hoje, a unidade já realizou mais de 200 mil atendimentos. Elegeu a saúde como prioridade e fez investimentos significativos, como na ampliação da UPA do Alto de São Manoel, colocando 4 médicos para realizarem atendimento à população. Trabalhando na reforma de mais de dez Unidades Básicas de Saúde e abrindo uma UBS modelo na Ilha de Santa Luzia. Um início avassalador que conquistou o mossoroense que o elegeu na Eleição Suplementar.
Contabilista de formação, o jovem Francisco José Jr. foi um grande vencedor nas urnas. Além de ser eleito prefeito, também conseguiu eleger o governador do Estado com votação recorde em Mossoró. Além disso, ainda sacramentou a eleição dos seus deputados Galeno Torquato e Fábio Faria e a senadora Fátima Bezerra. Isso mostra a força de articulação do prefeito, que conseguiu derrotar grandes nomes da família Rosado, como Sandra, Larissa e Fafá.
Após as eleições tem enfrentado um alto índice de boataria e uma oposição aguerrida na Câmara Municipal. Mesmo com a grave situação da economia do país, não tem tido trégua por parte de seus opositores. O ex-reitor Milton Marques de Medeiros simplificou os ataques a Francisco José Jr.: “Fazendo uma leitura da parte política de Mossoró na atualidade, a ideia que se tem é de que qualquer novo gestor que tivesse assumido a Prefeitura e tomado os caminhos que a atual administração vem trilhando, qualquer um estaria no mesmo estágio de desgaste popular em que se encontra o prefeito Silveira Júnior. Três fatores têm contribuído fundamentalmente para esse resultado: rumo administrativo, forte oposição e realidade político-econômico social da atualidade”, analisa. “Apenas uma pequena parte não faz oposição sistemática e organizada contra a atual gestão. Houve prefeitos aqui, por dezenas de anos seguidos que nunca sofreram a mínima oposição”, complementa.
Francisco José Jr. fez cortes no orçamento, diminuiu o número de comissionados, mas a crise continuou a se agravar. O atraso do pagamento dos funcionários terceirizados é uma baixa do seu governo que ele pretende resolver através da cessão de royalties de R$ 34,6 milhões que já foram aprovados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Vai ser assim. Recebo os recursos e imediatamente pago os terceirizados. Coloco em dia. Vamos equilibrar as contas do município e em seguida vamos realizar um debate na Câmara Municipal para que a sociedade diga como quer que seja aplicado o restante dos recursos”, destaca o prefeito.
Somente no ano de 2015 a perda financeira do município já ultrapassa os R$ 100 milhões. Para não atrasar o salário do funcionalismo, o prefeito tem atrasado alguns pagamentos, que ele tenta equilibrar em consonância com a crise. Francisco José Jr. tem aberto o diálogo com a população através de debate nos bairros com o ‘Projetando a Mossoró do Futuro’, onde o gestor tem ouvido da população onde as melhorias na cidade devem ser realizadas. Outro projeto vencedor é o ‘Meu Bairro Melhor’, que em um ano já realizou mais de 60 mil atendimentos e percorre os bairros da cidade fazendo serviços de limpeza, tapa-buraco e levando serviços essenciais de saúde, cursos de capacitação, etc.
Recentemente o prefeito Francisco José Jr. entregou à Igreja o projeto do Santuário de Santa Luzia, um sonho antigo da cidade que está caminhando para se tornar realidade. Apesar das vaias que sofreu durante o seu discurso de apresentação do projeto, o prefeito respondeu: “com humildade digo a todos vocês que tenho tentado acertar todos os dias”.
Francisco José Jr. enfrentou durante a semana passada uma acusação do Ministério Público sobre possíveis irregularidades quando era vereador no que diz respeito a verbas de gabinete, entretanto, segundo ele: “Estou tranquilo quanto a essa denúncia feito pelo Ministério Público Estadual, que está no exercício do seu papel frente à sociedade. Embora não conheça ainda o processo, estou tranquilo pela certeza e convicção que não cometi nenhum ilícito, o que já foi atestado em outros julgamentos dessa mesma natureza”, declarou. “Sempre agi dentro do rigor da lei, minha vida pública é pautada pelo respeito, ética e seriedade. Vou aguardar o andamento do processo com serenidade e confiança”, finaliza o prefeito.