O presidente do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), Nelson Gregório, afirmou que a decisão tomada pelo vice-prefeito Luiz Carlos, em romper politicamente com o governo municipal, foi tomada de unilateral. Na noite de segunda-feira passada, ele emitiu uma nota onde confirma o afastamento político da base do prefeito Francisco José Júnior.
Entrevistado pela editoria de Política da GAZETA DO OESTE, o dirigente petista reiterou que, em momento algum, o vice-prefeito Luiz Carlos levou a discussão a respeito de um rompimento para as instâncias partidárias. “O Partido dos Trabalhadores nunca discutiu esse assunto. Luiz nunca trouxe essa discussão para as instâncias partidárias. Ele preferiu informar a imprensa. Por isso, o afastamento de Luiz Carlos foi feito de forma isolada. Luiz Carlos tomou essa decisão por conta própria, juntamente com o seu grupo”, explicou o presidente Nelson Gregório.
Ele admitiu que, há algum tempo, o vice-prefeito ensaiava uma ruptura com o prefeito Francisco José Júnior, mas não assumia esse posicionamento de forma pública. “Essa posição de Luiz Carlos faz tempo que é conhecida, mas não anunciava oficialmente”, realçou o petista, que argumentou: “O Partido dos Trabalhadores tomava uma posição e o vice-prefeito Luiz Carlos e o seu grupo adotavam outro posicionamento”.
Nelson Gregório confirmou que a executiva municipal do Partido dos Trabalhadores deverá convocar o vice-prefeito Luiz Carlos para que ele apresente as suas explicações a respeito da decisão anunciada, por meio de uma nota oficial encaminhada aos veículos de comunicação. O presidente do PT mossoroense lembra que, a indicação do então vereador Luiz Carlos para ser companheiro de Francisco José Júnior na eleição suplementar ocorrida no ano passado, se deu por uma indicação partidária, portanto, explica Nelson Gregório, será necessária uma reunião da executiva municipal do Partido dos Trabalhadores para que se discuta o assunto e, principalmente, o vice-prefeito apresente as suas argumentações.
“Nós, sinceramente, não sabemos qual o verdadeiro motivo para o seu rompimento”, disse Nelson Gregório, assinalando que os entendimentos envolvendo o prefeito Francisco José Júnior e o vice-prefeito Luiz Carlos de Mendonça Martins não passaram pelo Partido dos Trabalhadores.
O dirigente petista reconheceu que algumas atitudes e iniciativas tomadas por Luiz Carlos no exercício de seu mandato criaram conflito com a real função do vice-prefeito, que representa um substituto eventual do titular.
“A forma como o vice queria implementar algumas questões caracterizava como se ele fosse o prefeito. As coisas não funcionam dessa maneira. Por outro lado, Luiz Carlos, na condição de vice-prefeito indicado pelo Partido dos Trabalhadores, deveria servir como interlocutor entre o PT e a administração municipal. Na verdade, ele tem servido como interlocutor entre a gestão e seu grupo. Ele não é vice-prefeito do PT e sim, vice-prefeito do seu grupo”, destacou Nelson Gregório, referindo-se a corrente interna Articulação de Esquerda, da qual faz parte o vice-prefeito Luiz Carlos e seus aliados políticos dentro do Partido dos Trabalhadores. “O que ele está cometendo um enorme equívoco do ponto de vista político. Uma corrente interna não pode se sobrepor ao partido”, concluiu Gregório.