Cláudia Rodrigues fala sobre tentativa de suicídio e volta ao trabalho
Ela contou que, antes de tentar o suicídio, já havia aberto a janela e tirado a tela de proteção
Há 15 anos, Cláudia Rodrigues recebeu o diagnóstico de que tinha esclerose múltipla, uma doença degenerativa e sem cura que atinge cerca de 2, 5 milhões de pessoas no mundo. Sem saber nada a respeito do problema, a humorista, então, fez o uso da comédia e perguntou ao médico: ‘Dr., são quantas?’. Em um bate-papo com o R7, a atriz de 44 anos contou como é a luta contra a doença, falou sobre o longo período de depressão que passou e de quando tentou o suicídio.
A disposição com que Cláudia está hoje passa longe do estado emocional que a humorista se encontrava até bem pouco tempo atrás. Acompanhada de sua fiel escudeira, assessora e amiga Adriane Bonato (foto acima), a atriz relembrou, sem grandes pesares, o dia em que pensou em tirar sua própria vida.
— Eu moro no 20º andar de um apartamento da Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro. ‘Quer saber?’ Pensei… Meu irmão já se matou, né?! Quando ele tinha 25 anos ele meteu um tiro na cabeça, eu tinha 21. Eu aguentei meus pais perdendo um filho, dois anos depois eu perdi o meu pai. Então você fala: ‘Caramba! Não deve ser uma coisa tão braba assim. Então vou me jogar daqui’
Cláudia, então, contou que, antes de tentar o suicídio, já havia aberto a janela e tirado a tela de proteção. Ela conta que pegou o telefone e ligou para a amiga Adriane apenas para se despedir.
— Peguei o telefone e disse: ‘Dri, está muito ruim pra mim, vou me jogar daqui…’ Ela me deu uma bronca. (risos). Só tinha ligado para ela para dar tchau e disse: ‘Eu não estou brincando’.
Adriane interrompeu a entrevista e disse o que havia falado para Cláudia naquele momento de pânico.
— ‘Eu só vou falar com você a hora que você descer daí. Entra já pra dentro. Estou em Curitiba pegando um avião agora e indo para aí. Chegando aí a gente conversa!’
Cláudia estava depressiva. Passou praticamente quatro anos de sua vida dentro de casa. Saia apenas para ir ao mercado, farmácia e padaria. Adriane explicou que a depressão aconteceu depois que a atriz havia quebrado duas vezes o pé e ficado com atrofiamento nas pernas.
— Ela anda assim (com dificuldade) por causa disso. Todo mundo acha que é uma sequela da esclerose, mas não é. Por quatro anos ela não usou a perna. Ela passou o maior tempo deitada, sem andar. O pouco que andava não era o suficiente. Cláudia não tinha músculo nenhum na perna direita. Ela ficou muito resistente. Teve uma revolta muito grande com a doença. Ela não queria nada com nada, e acabou se entregando, só esperando a hora dela chegar. Mãe, família, eles não fizeram nada. Pelo contrário. Davam a ela apenas pijamas novos para ela dormir.
Fonte: R7