Lixão ainda é fonte de sustento para famílias em Mossoró
, mesmo com a desativação do Lixão de Cajazeiras, em uma área existente no mesmo local, ainda existem famílias que tiram do lixo o seu sustento. O número de catadores é bem menor, mas muitos estão lá pela falta de alternativas.
Jucilene Mendes – Da Redação
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Até o final de 2015, os municípios com mais de mais de 200 mil habitantes devem ter elaborado um plano para desativação de lixões e a céu aberto. De acordo com a Lei 12.305, de agosto de 2010, todos os rejeitos do País devem ter disposição final ambientalmente adequada.
Em Mossoró, mesmo com a desativação do Lixão de Cajazeiras, em uma área existente no mesmo local, ainda existem famílias que tiram do lixo o seu sustento. O número de catadores é bem menor, mas muitos estão lá pela falta de alternativas.
É o caso de Lenilson Silvestre, que está há cerca de três meses trabalhando na área de lixão. Desempregado, ele viu na coleta de material uma oportunidade para se manter.
Lenilson mora com a mãe, não tem filhos, e conta que com o trabalho lucra cerca de R$ 50,00 por semana, o que dá para ele se manter.
O lixo é depositado no local por empresas da cidade e os catadores trabalham por conta própria, não tem cooperativa ou associação. “Tudo o que a gente ganha é pra gente”, diz outro catador, Marcos Pereira do Vale, que está há cerca de um ano coletando material na área usada como depósito.
Com família para sustentar, pai de dois filhos, Marcos fala que está na atividade porque precisa, por falta de emprego. “É pouquinho, mas dá. Melhor do que pegar no que é alheio”, diz.
Cerca de seis catadores trabalham no lixão. Eles coletam plástico, ferro, madeira, cobre, entre outros materiais que são vendidos a compradores que procuram por eles no local. Cerca de metade deles são catadores antigos, que trabalharam também no antigo Lixão Cajazeiras.
“Com certeza se tivéssemos uma opção melhor não estaríamos aqui. Mas também é melhor do que trabalhar solto pros outros e não receber”, afirma Lenilson.
Os catadores ressaltam que é muito trabalho para pouco dinheiro. O cobre é o material que tem mais valor, já os outros como papelão, ferro, é preciso juntar muito para conseguir um quilo, o que equivale a R$ 0,10 e R$ 0,14, respectivamente.
Os catadores mais antigos ajudam os mais novos, orientando sobre quais materiais devem coletar. “A gente não conhece muito de material direito, aí eles ensinam. A gente trabalha aqui das 6h da manhã às 6h da noite. Com fome, sede. A gente não tem máscara, nenhuma segurança. Mas tem que encarar porque precisa”, conta Lenilson Silvestre.
A reportagem tentou contato com o responsável pela Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo para saber como está a situação do aterro sanitário e o que está sendo feito para cessar o despejo de resíduos em locais inadequados, mas o secretário não foi encontrado. A reportagem foi informada de que ele estava em uma reunião pela manhã e o contato via telefone não foi possível até o fechamento desta matéria.