Vice-presidente confirma nomeção de Henrique Alves para o Turismo
Segundo vice-presidente da República, nome de Henrique será publicado no Diário Oficial da União amanhã
Agora vai. Ou melhor: espera-se que vá. Depois de várias antecipações não confirmadas, parece que agora, realmente, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), deverá ser nomeado para o Ministério do Turismo do governo Dilma Rousseff (PT). O anúncio foi confirmado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), que tem feito a articulação política da gestão federal.
O anúncio é dado como certo pelos jornais Estadão, Folha de São Paulo e Globo.com. Henrique seria oficializado ainda hoje no cargo de ministro do Turismo e, amanhã, seria publicada a nomeação dele no Diário Oficial da União, substituindo Vinicius Lages – que deverá ser “aproveitado” no governo.
A confirmação do vice-presidente da República foi dada na noite desta terça-feira, em entrevista rápida ao jornal Estadão. Temer foi perguntado por jornalistas sobre quando o nome de Henrique Alves seria indicado para o governo. “Amanhã deve ser nomeado”, respondeu. Indagado se a nomeação seria para o Ministério do Turismo, pasta cogitada recentemente, o vice-presidente respondeu positivamente com a cabeça.
O vice-presidente da República comanda desde a semana passada a articulação política, incorporando as funções da Secretaria de Relações Institucionais como, por exemplo, de relação do governo com o Congresso. Ele também acumula a presidência nacional do PMDB. Nos últimos dias, Temer já vinha sinalizando que o ex-presidente da Câmara assumiria um cargo no governo.
Contudo, é bem verdade que ida de Henrique Eduardo Alves para o Ministério do Turismo vem sendo noticiada desde o ano passado, quando o peemedebista foi derrotado na disputa pelo Governo do Estado para o atual governador, Robinson Faria (PSD). Henrique, primeiro, precisou se livrar da citação na operação Lava Jato e, depois, convencer Renan Calheiros, presidente do Senado.
Isso porque a indicação de Vinicius Lages para o Ministério do Turismo foi feita por Renan Calheiros. Mesmo com a pressão para a nomeação de Henrique, o presidente do Senado não abria mão de seu indicado político na pasta.
Porém, ao que parece, a pressão dos deputados peemedebistas, sobretudo, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), falou mais alto. “A ida de Henrique Alves ao Turismo é um aceno ao PMDB da Câmara e ao atual presidente da Casa, Eduardo Cunha, que têm imposto sucessivas derrotas ao governo federal no Legislativo. Alves é amigo e aliado de Cunha e sua nomeação é vista dentro do governo como um afago ao presidente da Câmara em um momento em que o deputado e o Planalto estão em confronto”, citou o jornal Folha de São Paulo, em matéria sobre o assunto publicada na manhã de hoje.
Na semana passada, o presidente Eduardo Cunha até comentou a possível nomeação de Henrique. Disse que era “natural”, mas negou que se tratasse de uma cobrança dos parlamentares da Câmara Federal, uma vez que Henrique não precisaria de “padrinhos” políticos e iria ser nomeado por meio da sua “qualificação pessoal”.
Cunha, no entanto, foi além e negou que a nomeação de Henrique pudesse acalmar o clima acirrado entre peemedebistas e petistas na Câmara dos Deputados. “O PMDB não pleiteia cargos. O PMDB quer é votar as matérias importantes para o Brasil”, afirmou ele.