Vereadores de Mossoró aprovam o fim das coligações proporcionais
MAGNOS ALVES - Editor de Política
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O Plenário do Senado aprovou, na última terça-feira (24), em segundo turno, o fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais, em que são eleitos os deputados federais, estaduais e distritais e os vereadores.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 40/11, do ex-senador José Sarney (PMDB-AP), havia sido aprovada em primeiro turno há duas semanas e faz parte de um grupo de matérias relacionadas à reforma política selecionadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e pelos líderes partidários.
Foram 62 votos a favor e apenas três contrários, além de uma abstenção. A matéria será analisada ainda pela Câmara dos Deputados. Pela proposta, somente serão admitidas coligações nas eleições majoritárias – para senador, prefeito, governador e presidente da República.
O fim da coligação nas eleições proporcionais foi bem visto pelos vereadores de Mossoró, mas eles querem também o fim do quociente eleitoral.
Presidente do Pros, o vereador Genivan Vale defendeu que o fim das coligações proporcionais fortalece os partidos, “ou pelo menos, os fará repensar em reformular seus estatutos e quadros”, observar.
No entanto, ele atentou que a medida dificulta renovação do seu mandato, caso o coeficiente eleitoral seja mantido. “Não li a reforma, mas acredito que mantiveram o quociente eleitoral e isso dificulta”, destacou.
Presidente do PSB, o vereador Lairinho Rosado reforçou a medida que fortalece os partidos e diminui a dependência de coligação, mas atentou que se o quociente mantido continuará existindo a figura do puxador de votos. “Os Tiriricas da vida continuarão existindo”, destacou.
Lairinho argumentou que o eleitor quer que sejam eleitos os candidatos mais votados e isso só será possível com o fim do quociente. “Dessa forma, o eleitor vai continuar elegendo em quem não votou. Tem que acabar com o quociente para entrar os mais votados”, defendeu.
O vereador Vingt-un Neto (PSB) reforçou que o mais importante seria também o fim do quociente eleitoral para “corrigir injustiças e respeitar a vontade do povo de escolher seus representantes através das maiores votações’, argumentou, acrescentando que ‘às vezes o povo escolhe um representante e o cálculo partidário retira-o”.
Vingt-un Neto declarou que espera que a Câmara Federal corrija essa questão e devolva a matéria ao Senado, dando tempo de aprová-la até outubro para entrar em vigor já nas próximas eleições.
O vereador Francisco Carlos (PV) disse que o fim das coligações nas eleições proporcionais evitará, ou pelo menos diminuirá muito, a ação dos chamados partidos de aluguel e provocará mudanças de estratégia dos candidatos. “Toda eleição é difícil em qualquer circunstância. Mas qualquer mudança pra melhor no sistema político é mais importante que a minha condição individual”, ressaltou.