MOSSORÓ SEM CONTROLE...
Com Coex afogado em dívidas, principal feira da fruticultura tropical do RN pode acabar
NATHAN FIGUEIREDO - Da Redação do Jornal de Fato
A Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (EXPOFRUIT) pode chegar ao fim, revelou por release enviado à imprensa a entidade organizadora do evento, o Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (COEX).
De acordo com o presidente do Coex, Luiz Roberto Barcelos, há R$ 100 mil em dívidas acumuladas porque a Prefeitura não teria honrado a contribuição prometida na realização das duas últimas edições da feira.
O montante em débitos corresponde a meio ano de arrecadação do Coex, o que coloca em risco a realização de suas atividades.
“Tem credores me ligando e me cobrando todo dia”, afirmou Barcelos ao JORNAL DE FATO por telefone.
Uma coisa é certa: neste ano, frente a todas as dificuldades, será impossível realizar a feira. Em 2014, o evento tinha sido realizado com sucesso; o comitê, porém, deliberava sobre torná-lo bienal, tendo em vista os problemas enfrentados quanto ao financiamento e também relacionados à forte seca dos últimos anos.
Em 2013, com a queda na safra de frutas e a restrição de recursos financeiros, a Expofruit deixou de ser realizada pela primeira vez em 17 anos.
Agora, segundo o presidente do Coex, com a “insegurança” trazida pela falta de contribuição do Executivo mossoroense nas edições anteriores, é impossível dizer que será possível manter o evento.
“A ideia era economizar num ano e aplicar no outro. Isso estava sendo discutido. Mas o que está acontecendo é que o outro ano [2016] está em risco porque nas duas edições anteriores não recebemos nada da Prefeitura, apesar de termos conversado com os prefeitos [foram duas gestões diferentes] e eles tinham se comprometido a ajudar. Então, fica uma insegurança muito grande”, disse Barcelos.
Apesar de ser o maior evento de fruticultura do RN, é impossível mantê-lo sem o aporte público, conforme o Coex.
O secretário municipal de Planejamento, Josivan Barbosa, assegurou que a Prefeitura não foi procurada para a realização do evento, tampouco para conversar sobre possíveis débitos. Há, contudo, abertura para o diálogo, afirmou o secretário.
“Nós recebemos a recomendação do prefeito de não colocar dificuldade para a realização da Exporuit; pelo contrário”, disse. Barbosa falou que o Município enxerga na feira um impulsionador do desenvolvimento regional, por isso quer promover a negociação.
Mas reforçou: o Executivo participa como colaborador e não organizador da feira, razão pela qual “a realização, ou não, da feira cabe ao Coex”.