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A Procuradoria-geral da República (PGR) arquivou a investigação contra o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, do PMDB. A decisão foi revelada na noite desta sexta-feira, quando foi divulgada a lista dos políticos que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zawaski, autorizou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a investigar por envolvimento no escândalo da Petrobras. Na relação, 34 parlamentares, como os dos peemedebistas Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara, e de Renan Calheiros, presidente do Senado Federal.

“Recebo com serenidade manifestação do Ministério Público Federal e do ministro Teori  Zavascki ratificando uma vida pública de 44 anos honrando meu Rio Grande do Norte. Isso diz tudo”, afirmou Henrique Eduardo Alves ao saber do arquivamento que, na prática, abre caminho para que ele seja nomeado ministro do Turismo neste segundo governo Dilma Rousseff, do PT.

A escolha de Henrique Alves para comandar o Ministério foi revelada ainda no final de 2014, quando informações da reunião entre Dilma e líderes do PMDB, como o vice-presidente Michel Temer, vazou para imprensa. Nesse encontro, Temer teria indicado a presidente o nome de Henrique para o Turismo.

De acordo com alguns jornais de veiculação nacional, Dilma não teria aceitado a indicação de Henrique pelo envolvimento dele nesse caso da Petrobras. Para seus contatos, a assessoria de Henrique informou que, na verdade, o próprio ex-presidente da Câmara pediu para o PMDB não indicá-lo naquele momento, pois ele queria, primeiro, tirar seu nome de qualquer possibilidade de envolvimento no escândalo.

Henrique, de fato, não foi nomeado para assumir o Ministério do Turismo, mas a medida que a lista de investigados foi sendo preparada e informações que davam conta da “falta de evidências” contra o ex-presidente, foram vazando, o nome foi, novamente, ganhando força. Na semana passada, inclusive, alguns colunistas anteciparam que a PGR não abriria investigação contra ele e, consequentemente, Dilma o nomearia para o Turismo.

A nomeação de Henrique para o Ministério do Turismo não foi o único desdobramento desse arquivamento da investigação contra Henrique. Assumindo um cargo no Governo Federal, o ex-presidente da Câmara dos Deputados também deverá oficializar a adesão – pelo menos dele – a gestão municipal, do prefeito Carlos Eduardo Alves, do PDT. Há informações, inclusive, de que ele indicaria o nome do novo secretário de turismo da capital.

Citado como um dos beneficiados do esquema da Petrobras pelo ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, em setembro de 2014, Henrique Eduardo Alves negou, durante todo esse período, que tivesse qualquer envolvimento no caso, considerado o maior escândalo de corrupção do Brasil.

Mesmo assim, a citação dele foi apontada como um dos motivadores para a derrota na disputa eleitoral para o Governo do RN, para Robinson Faria (PSD). Ainda mais porque, além de citado, Henrique também recebeu milhões das empresas ligadas ao escândalo, como a OAS, a Queiroz Galvão e a Odebrecht. (CM)