Atraso em pagamentos prejudica apresentações no Corredor Cultural
Os cachês que estão em atraso, desde o ano passado, oscilam entre R$ 500,00 e R$ 700,00 e representam uma parte ínfima do problema, segundo alguns artistas. Secretaria de Cultura reconhece o problema.

Secretária Isolda Dantas, em entrevista à GAZETA, no domingo, reconheceu débito existente com alguns músicos – Foto Ednilto Neves
Sem pagamento de cachês, por apresentações ano passado, muitos músicos locais estão se negando a se apresentarem em alguns eventos, pois destacam o atraso em pagamentos por parte da Secretaria de Cultura do Município.
Os cachês que estão em atraso, desde o ano passado, oscilam entre R$ 500,00 e R$ 700,00 e representam uma parte ínfima do problema, segundo alguns artistas. “Estou querendo receber esse dinheiro há praticamente seis meses e eles nos tratam com desprezo, fazendo pouco caso de nós”, comenta a cantora Priscila Soares que, ano passado, no mês de setembro, cantou para a Prefeitura e até agora, juntamente com outros músicos, ainda não recebeu o cachê devido.
Segundo ela, como a sua apresentação requereu uma banda, ela teve de pagar “do próprio bolso”, aos músicos, pois “eles mesmo não querem mais cantar em qualquer tipo de evento promovido pela municipalidade”, salienta.
Priscila Soares ainda destaca que a situação somente tem se agravado, desde que foi determinado que a Cultura trabalhasse apenas até as 13h. “Chegamos lá, eu e Nida, um dia desses e não tinha ninguém e muitas vezes, quando fui à procura do que me era devido, eles ficaram passando a bola para o da vez e assim por diante, de sorte que eu me sinto indignada com esse tipo de tratamento desrespeitoso”, fala, desabafando e destacando, ainda, que a indignação dos músicos locais com a Secretaria de Cultura tem sido geral. “Muitos não têm a coragem de ir até a Justiça e requerer o devido. Na verdade, o que eu vejo é que a Prefeitura faz vista grossa e não estão ‘nem aí’ para essa questão do pagamento aos músicos”, diz, explicando que, em novembro, muitos colegas de profissão receberam ligações da Secretaria, convidando-os para se apresentar durante o mês de novembro, mas salientando que só “pagariam em março”. “Sob essas condições, acredito que pouquíssimos aceitaram. É lamentável que isso esteja ocorrendo. Enquanto eles não pagam nossos cachês, patrocinam um Carnaval”, frisa, em tom de revolta. “Estou indignada, sim. Indignada porque nos sentimos menosprezados”, finaliza.
SECRETARIA RECONHECE
Em contato com a reportagem, a secretária de Cultura, Isolda Dantas, esclareceu que, realmente, os débitos existem. “Reconhecemos que existem esses débitos e em breve eles serão sanados”, destacou, ao telefone, quando questionada acerca do pagamento aos músicos que se apresentaram, ano passado, no projeto Corredor Cultural.
Além disso, ela também explicou que o projeto está parado, no momento, mas que será, em breve, reformulado e oferecerá, de novo, programação cultural de qualidade para a população, no chamado Memorial da Resistência e também na Praça de Convivência, local onde, durante os finais de semana, parte dos mossoroenses vão para se encontrar e se divertir.