Servidores da Saúde não aceitam proposta da Prefeitura e continuam em greve
De acordo com o sindicato, o que foi apresentado para os servidores finalizarem a greve, não contempla a Estratégia Saúde da Família,

Marleide Cunha, presidente do Sindiserpum, disse que reivindicações não foram atendidas – Foto Wilson Moreno
A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM), Marleide Cunha, a proposta não atende as reivindicações feita pelos servidores. Em relação à insalubridade, por exemplo, os servidores querem que a mudança ocorra na base de cálculo, para que passe a ser sobre o salário base, mas de acordo com a proposta apresentada, a mudança ocorreria de forma parcelada para o próximo ano, sendo para nível elementar em julho, nível médio em setembro de 2015 e nível superior em novembro. “Como é que pode parcelar se é uma lei?” disse a presidente do sindicato.
Além disso, o que foi apresentado para os servidores finalizarem a greve, não contempla a Estratégia Saúde da Família, de acordo com o sindicato. “Mais uma vez os servidores ficam penalizados. Trabalham 40h, recebem salário de 20h. Eles querem que pague pelas 40h.
Marleide falou ainda que não está acontecendo negociação com a prefeitura. “Uma negociação acontece quando a gente apresenta uma proposta e tem uma contraproposta. Não houve isso de discutir ponto a ponto”, falou.
A permanência da paralisação foi aceita por unanimidade. “A greve só termina quando as propostas atenderem os profissionais de diferentes áreas. Não pode beneficiar um em detrimento de outro”, afirmou.
Após assembleia, os grevistas saíram em carreata pela Av. Presidente Dutra, Alto de São Manoel, e pelas ruas do Centro até a Prefeitura, onde fizeram uma breve parada. Hoje, a categoria participa da audiência que será realizada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção de Mossoró, às 9h, para discutir e buscar soluções imediatas em torno do problema que tem afetado a saúde pública no município. E na próxima segunda-feira, 29, o Sindiserpum estará no Cortejo da Liberdade.
A saúde está em greve desde o último dia 15. A paralisação atinge principalmente as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do Município, nas seguintes áreas médicas: dentistas, atenção básica, agentes de endemias, agentes comunitários de saúde, ASGs, serviços complementares, auxiliares de laboratórios, entre outros. Em algumas UBSs não estão sendo realizados os serviços básicos, como curativos e aplicação de vacina. Até a segunda dose da vacina contra a HPV está suspensa por conta da greve.
A negociação entre a Prefeitura e o Sindiserpum começou em maio. Em assembleia realizada em 4 de junho os servidores aceitaram um reajuste de 6% oferecido pela prefeitura, enquanto eles cobravam 9.95%, mais a mudança da data base para março em 2015, desde que o restante da pauta continuasse sendo discutida. Os servidores da Saúde reivindicam insalubridade (que a categoria quer que seja pago sobre o salário base e não sobre o salário mínimo) e regularização das gratificações e dos plantões.
Também estão em greve os fiscais ambientais e urbanísticos, desde o dia 8 deste mês. Eles cobram a implantação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR). Profissionais com ensino superior, alguns com mestrado, ganham salário base de cerca de R$ 850,00 mensais.