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A SOCIEDADE EM MOVIMENTO...

Rochelly: a primeira transexual não cirurgiada a conseguir mudança de nome no RN

O segundo passo na busca da identidade de gênero é a cirurgia de readequação sexual e Rochelly está indo à Paraíba para entrar na fila do Sistema Único de Saúde (SUS), que garante o procedimento.
Rochelly Eleonora Silva de Barros nasceu ontem ao receber a nova certidão no cartório. (Foto: Argemiro Lima/Novo Jornal)
Rochelly Eleonora Silva de Barros nasceu ontem ao receber a nova certidão no cartório. (Foto: Argemiro Lima/Novo Jornal)
Rochelly nasceu de novo. Oficialmente, nasceu ontem, 2, quando Eimar Silva de Barros Filho recebeu a sua certidão com a nova identidade e passou a se chamar Rochelly Eleonora Silva de Barros. Aos 19 anos, ela alcançou um ponto importantíssimo para a configuração de sua identidade de gênero e passou a ser o primeiro transexual não cirurgiado a conseguir uma certidão de nascimento no Rio Grande do Norte.
O segundo passo na busca da identidade de gênero é a cirurgia de readequação sexual e Rochelly está indo à Paraíba para entrar na fila do Sistema Único de Saúde (SUS), que garante o procedimento. A lei prevê as cirurgias que dão feições mais masculinas ou femininas, de acordo com a identidade do paciente. Entre elas estão a redução do Pomo de Adão (tireoplastia), retirada das mamas (mastectomia simples bilateral) e a retirada do útero e dos ovários (histerectomia).
Como em Natal esse tipo de serviço não está disponível, Rochelly vai a João Pessoa para ter acesso ao tratamento médico, composto por uma equipe de profissionais como psiquiatra ou psicólogo, um clínico geral ou endocrinologista, enfermeiro e assistente social. Da Paraíba, uma vez encerrado o tratamento e conseguida a vaga da cirurgia, Rochelly será encaminhada para outros estados, que poderão ser Goiás, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro ou São Paulo.
“Hoje é dia de um acontecimento muito aguardado por mim. Sou apenas uma pessoa, não tenho dois nomes, não tenho dupla personalidade. Gostaria que o meu caso servisse de exemplo a todos os transgêneros que desejam serem reconhecidas como realmente são. Até porque é um direito que foi dado a mim e poderá ser estendido a outras pessoas que quiserem exercê-lo”, falou Rochelly, ontem à tarde no 4° Ofício de Notas, cartório onde ela recebeu a certidão.
Rochelly é bolsista no Programa Universidade Para Todos (Prouni) e estuda direito na Universidade Potiguar (UnP), uma escolha que veio como uma decorrência de seu acompanhamento psicológico. Rochelly deseja, a partir do próximo ano, estagiar no Fórum Varela Barca, na Zona Norte. A decisão por fazer a cirurgia de readequação de sexo veio há dois anos, quando ela procurou o Núcleo de Prática Jurídica da UnP. Mas, como era menor de idade, não poderia ter acesso aos serviços naquele momento.
A estudante convenceu a sua mãe a fazer o requerimento ao núcleo, demorando quatro meses para seguir a vontade da filha e ir até a universidade. Os pais de Rochelly separaram-se há cerca de dez anos e sempre se mantiveram neutros com relação à identidade sexual dela, mas depois foram se conformando com a realidade. Apesar de ter ganho uma nova identidade, o sexo de Rochelly continua constando como masculino até a realização da cirurgia.
Fonte: Renato Lisboa/Novo Jornal

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