POLITICA...
Decisão é motivada por denúncia de vínculo com doleiro preso pela PF.
O deputado André Vargas (PT-PR), ao se defender no plenário no início de abril (Foto: José Cruz/Agência Brasil)O deputado federal André Vargas (PT-PR) informou nesta segunda-feira (14) à GloboNews que renunciará ao mandato. Ele deverá apresentar a carta de renúncia à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados até esta terça (15), segundo o ex-assessor de comunicação e amigo pessoal Ricardo Weg.
Desde o último dia 7, Vargas está licenciado do mandato. Ele pediu afastamento por 60 dias. No dia 9, renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara, depois de o Conselho de Ética da Casa ter decidido pela abertura de processo de cassação.
A decisão de Vargas de renunciar é motivada pelas denúncias de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. A operação dissolveu um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo a PF, movimentou cerca de R$ 10 bilhões.
Ao repórter Marcelo Cosme, da GloboNews, Vargas afirmou que decidiu renunciar porque está sendo julgado "sem direito de defesa, sem ter sido nem intimado judicialmente". Segundo ele, o Conselho de Ética da Câmara não tem provas, "só tem matérias de jornais e revistas com dados sigilosos de um processo judicial".
No último dia 2, da tribuna do plenário da Câmara, o deputado chegou a admitir que viajou de maneira "imprudente" em um jatinho fretado pelo doleiro, mas negou ilegalidade na relação com Alberto Youssef. Três dias depois, a revista "Veja" reproduziu mensagens que ele teria trocado com Youssef para tratar de um contrato entre uma empresa e o Ministério da Saúde.
Em postagens no microblog Twitter na semana passada, Vargas disse que vai provar a inocência "de cabeça erguida".
Com a renúncia, André Vargas deverá ficar inelegível até fevereiro de 2023, com base na Lei da Ficha Limpa. A regra torna inelegível por oito anos após o fim da legislatura o parlamentar que renunciar depois de protocolada representação que pode levar à cassação do mandato – o Conselho de Ética da Câmara abriu processo para investigar o parlamentar.
PT
Nesta segunda-feira, André Vargas foi ouvido em São Paulo sobre as denúncias por uma comissão nomeada pela Executiva Nacional do PT.
Segundo o vice-presidente do partido, Alberto Cantalice, um dos integrantes da comissão, Vargas não chegou a mencionar a intenção de renunciar ao mandato.
“Ele não falou nada, em nenhum momento, sobre renúncia. Ele apenas nos deu as mesmas explicações dadas nos últimos dias à imprensa e pelo Twitter. Fui surpreendido com a notícia da renúncia dele. Não sei se foi por alguma questão familiar ou se tem algum outro motivo”, declarou Cantalice.
Segundo Cantalice, nesta terça-feira (15) deverá ser entregue ao presidente do PT, Rui Falcão, o relatório resultante da conversa que a comissão teve com Vargas. Além de Cantalice, a comissão foi integrada por Carlos Árabe, secretário nacional de formação política do PT, e Florisvaldo Souza, secretário nacional de organização do partido.
Com base no relatório a ser produzido pelos três dirigentes, a Executiva do partido se reunirá depois da Páscoa para decidir se instalará uma comissão de ética para analisar o caso do deputado.
Deputado André Vargas do PT (PR) afirma que renunciará ao mandato
Decisão é motivada por denúncia de vínculo com doleiro preso pela PF.
Parlamentar deverá entregar carta de renúncia à Câmara até esta terça.
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Desde o último dia 7, Vargas está licenciado do mandato. Ele pediu afastamento por 60 dias. No dia 9, renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara, depois de o Conselho de Ética da Casa ter decidido pela abertura de processo de cassação.

Ao repórter Marcelo Cosme, da GloboNews, Vargas afirmou que decidiu renunciar porque está sendo julgado "sem direito de defesa, sem ter sido nem intimado judicialmente". Segundo ele, o Conselho de Ética da Câmara não tem provas, "só tem matérias de jornais e revistas com dados sigilosos de um processo judicial".
No último dia 2, da tribuna do plenário da Câmara, o deputado chegou a admitir que viajou de maneira "imprudente" em um jatinho fretado pelo doleiro, mas negou ilegalidade na relação com Alberto Youssef. Três dias depois, a revista "Veja" reproduziu mensagens que ele teria trocado com Youssef para tratar de um contrato entre uma empresa e o Ministério da Saúde.
Em postagens no microblog Twitter na semana passada, Vargas disse que vai provar a inocência "de cabeça erguida".
Com a renúncia, André Vargas deverá ficar inelegível até fevereiro de 2023, com base na Lei da Ficha Limpa. A regra torna inelegível por oito anos após o fim da legislatura o parlamentar que renunciar depois de protocolada representação que pode levar à cassação do mandato – o Conselho de Ética da Câmara abriu processo para investigar o parlamentar.
PT
Nesta segunda-feira, André Vargas foi ouvido em São Paulo sobre as denúncias por uma comissão nomeada pela Executiva Nacional do PT.
Segundo o vice-presidente do partido, Alberto Cantalice, um dos integrantes da comissão, Vargas não chegou a mencionar a intenção de renunciar ao mandato.
“Ele não falou nada, em nenhum momento, sobre renúncia. Ele apenas nos deu as mesmas explicações dadas nos últimos dias à imprensa e pelo Twitter. Fui surpreendido com a notícia da renúncia dele. Não sei se foi por alguma questão familiar ou se tem algum outro motivo”, declarou Cantalice.
Segundo Cantalice, nesta terça-feira (15) deverá ser entregue ao presidente do PT, Rui Falcão, o relatório resultante da conversa que a comissão teve com Vargas. Além de Cantalice, a comissão foi integrada por Carlos Árabe, secretário nacional de formação política do PT, e Florisvaldo Souza, secretário nacional de organização do partido.
Com base no relatório a ser produzido pelos três dirigentes, a Executiva do partido se reunirá depois da Páscoa para decidir se instalará uma comissão de ética para analisar o caso do deputado.